Kanban: Agilidade e evolução no desenvolvimento de software

Kanban

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José Roberto

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Como mudar, melhorar e agilizar os processos da organização de uma maneira evolutiva, mitigando a resistência das pessoas e os possíveis problemas causados por essas mudanças? Possivelmente o método Kanban tem a resposta.

O método Kanban é um método para definir, gerenciar e melhorar serviços que entregam algum tipo de trabalho seja ele, software ou não. Ele torna visível o trabalho solicitado pelo cliente, a capacidade de entrega da equipe e o fluxo de trabalho necessário para realizar as entregas.

Na década de 1960, a Toyota nomeou seu sistema de produção de Kanban e esse foi um dos sistemas que serviram de inspiração por trás do método Kanban que foi desenvolvido por David Anderson entre os anos de 2006 e 2008. Desde então ele passou a ser utilizado no desenvolvimento de softwares.

O Kanban possui seis práticas:

Visualizar

Para que não seja apenas um quadro de fluxo de trabalho, é necessário que ele apresente os pontos de compromisso, entrega, as políticas do processo e os limites de WIP (Work in Progress).

Limitar o WIP (Work in progress)

Ao limitar o trabalho em progresso evita-se o trabalho parcialmente realizado e o aumento do tempo de espera da demanda. O foco em terminar a demanda que teve início.

Gerenciar o fluxo

Quando falamos em gerenciar o fluxo tratamos de registrar e evidenciar os possíveis pontos de gargalo no processo, ou seja, os pontos que impedem ou atrasam o avanço das tarefas.

Tornar as políticas explícitas

Ao tornar as políticas explícitas, é possível definir um processo que vai além do fluxo de trabalho. Essas políticas precisam ser simples, bem definidas, visíveis, sempre aplicadas e facilmente modificáveis. Exemplo: limite de WIP, limite de itens urgentes, políticas que definem quando uma tarefa pode ser puxada de uma coluna para outra dentro do fluxo.

Implantar ciclos de feedback

Os ciclos de feedback são extremamente importantes para a mudança evolutiva. São reuniões cíclicas que impulsionam essa mudança evolutiva e a entrega de serviços. Exemplos: replenishment meeting, Kanban, meeting, dentre outras.

Melhorar colaborativamente, evoluir experimentalmente

A ideia do Kanban não é mudar ou trocar todo o processo de uma só vez, mas sim melhorar de forma colaborativa, ou seja, com a colaboração de todos e com evolução experimental.

O Kanban ficou muito popular na área de TI para construção de produtos digitais, mas ele pode ser usado para organizar o fluxo de trabalho de outros segmentos, como Recursos Humanos, Marketing e Compras, por exemplo. Para isso, se faze necessário aplicar as práticas que o método sugere.

Como toda mensuração de produtividade, é necessário saber se está funcionando para que se possa ajustar e ter insights sobre a organização das atividades. O Kanban possui três métricas básicas:

Lead Time

É o tempo total desde que o item entrou no sistema até o momento que ele foi entregue ao cliente.

Cycle Time

É o tempo total que o item levou para ser entregue a partir do momento que passou a ser trabalhado. O Cycle Time pode ser medido em uma ou mais etapas do fluxo de trabalho.

Throughput

É a quantidade de itens que saem do sistema, ou seja, são entregues ao cliente em um determinado tempo.

O Kanban pode ser aplicado como um processo principal ou como um processo de apoio em conjunto com outros como scrum ou cascata e por isso é chamado por muitos como um “caminho alternativo à agilidade” uma vez que possibilita a melhoria dos processos de forma evolutiva, experimental e contínua.

Por José Roberto

Agile Coach na ART IT.